quinta-feira, 2 de junho de 2011

A origem das garrafas de vidro

Garrafa de Vidro

A origem das garrafas de vidro
Descubra as curiosidades sobre a origem e produção da embalagem que contribui para o sucesso da comercialização de cervejas e refrigerantes em todo o mundo
Criado na antiguidade, o vidro atravessou os séculos difundindo os seus atributos e adaptando-se as mais diversas utilidades. Hoje, este importante material está cada vez mais presente em nossas vidas, inclusive sob forma de embalagens para os mais diversos produtos. No segmento de bebidas, o vidro é um grande aliado para manter alta a qualidade e as vendas de cervejas e refrigerantes em todo o mundo.
Segundo informações da Abividro – Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro – este material foi descoberto por acaso em uma praia da civilização de Fenícia, onde hoje está localizado o Líbano. Marinheiros situados na região utilizaram blocos de sódio para sustentar uma vasilha posta sobre uma fogueira, que estava acesa na areia. Com o calor intenso os dois ingredientes derreteram e, ao escorrerem juntos, formaram o vidro.
“Após a descoberta, ocorrida em torno de 2.500 a.C., e nos mil anos seguintes, o vidro foi utilizado somente com a finalidade de adorno. O Egito, segundo historiadores, foi o primeiro local a registrar o uso utilitário do vidro, na forma de embalagem”, diz Mauro Akerman, membro do Comitê Técnico da Abividro.
Produzido com matérias-primas naturais como areia, barrilha, calcário e alumina, o vidro ainda pode receber corantes para se apresentar em infinitas cores. “A composição atualmente empregada em embalagens está muito próxima da utilizada nos tempos mais remotos, mas o desenvolvimento da ciência e o aperfeiçoamento dos processos produtivos ocorridos ao longo dos anos culminaram na criação de diversas formas de utilização do vidro, como, por exemplo, seu uso em embalagens na indústria de bebidas e alimentos”, reforça Akerman.

Até o século XIX a produção do vidro era essencialmente artesanal. Depois deste período, a indústria desenvolveu-se com a introdução de fornos contínuos, recuperação de calor e máquinas semi ou totalmente automáticas para produção em massa. Em 1903, o americano Michael Owens criou a primeira máquina automática para produção de garrafas, viabilizando a fabricação de garrafas em larga escala.
Por que utilizar uma garrafa de vidro?

O vidro possui importantes qualidades que o diferencia de outros materiais utilizados em embalagens.

100% Reciclável - O vidro é infinitamente reciclável. Um recipiente de vidro reciclado possui as mesmas qualidades de um fabricado com matérias-primas virgens, independente do número de vezes que o material já foi utilizado.

Retornável - As garrafas de refrigerantes e cervejas podem ser reaproveitadas diversas vezes, sem que haja deformação ou absorção de sabores. Isso porque as embalagens retornáveis são higienizadas em temperaturas elevadas ou lavadas com detergentes adequados.
Reutilizável - Recipientes de vidro são reutilizados de maneira diferente daquela em que foram produzidos. Podem ser utilizados para armazenar alimentos ou até como objetos de decoração.

Higiênico - O vidro é fabricado com elementos naturais, protegendo os produtos durante mais tempo e dispensando a utilização de conservantes adicionais, além de atender a todos os requisitos exigidos para o acondicionamento de líquidos e alimentos para o consumo humano.
Resistente - Mudanças bruscas de temperatura, cargas verticais e umidade não representam problema para as embalagens de vidro.
Transparente - O consumidor visualiza o que pretende comprar. Os produtos ganham uma imagem nobre, sofisticada e confiável.
Inerte - O vidro não reage quimicamente. Por ser neutro, o produto não sofre alteração de sabor, odor, cor ou qualidade.
Impermeável - Por não ser poroso, funciona como uma barreira contra qualquer agente exterior, mantendo assim os produtos mais frescos e aumentando o “shelf-life” em relação a outros tipos de embalagens.
Dinâmico - Devido às suas propriedades, permite uma possibilidade enorme de combinações na transformação do vidro original, o que garante a renovação constante do design das embalagens.
Versátil – A variedade de formas, cores e tamanhos das garrafas de vidro são detalhes que fazem diferença no PDV.
Prático - Após o uso, o produto pode ser fechado novamente, caso não seja consumido em sua totalidade. Além de ter como vantagem adicional poder ser levado diretamente à mesa sem necessidade de transferência para outros recipientes.
Fonte: Abividro

Vidro como embalagem

O vidro possui diversas categorias que se diferenciam pela sua conformação química. As garrafas pertencem ao grupo sodocálcico (soda-lime glass), que abrange cerca de 90% de todo o vidro produzido, sendo a mais barata das suas formas. Tem baixa resistência a bruscas variações de temperatura e a compostos químicos corrosivos.
Um levantamento divulgado pela Abividro indicou que o material é muito utilizado no setor de bebidas, em especial como embalagens para cervejas, seguido pela indústria de alimentos e pelo segmento de produtos não alimentícios, como farmacêuticos e cosméticos.
Curiosidades sobre a composição do vidro
De acordo com a Abividro, uma das razões para este ser um material tão duradouro está em sua composição química. Quando analisados, os vidros são muito parecidos com a crosta terrestre, que é a camada externa do Planeta Terra:
Óxido % na crosta terrestre % nos vidros comuns
SiO2 (sílica) 60 74
Al2O3 (alumina) 15 2
 Fe2O3 (Óxido
de Ferro)
7 0,1
 CaO (cálcio) 5 9
 MgO (magnésio) 3 2
 Na2O (sódio) 4 12
 K2O (potássio) 3 1

Fonte: Abividro

Benefícios para o meio ambiente
As garrafas de vidro também beneficiam o meio ambiente. Sua produção consome menos energia e reduz a emissão de poluentes na atmosfera. Por ser reutilizável, proporciona um menor descarte do lixo, reduzindo os custos com a coleta urbana e aumentando a vida útil dos aterros sanitários.
Confira os números divulgados pela Abividro:
• 10% de cacos de vidro equivalem a 4% de ganho energético
• 1 tonelada destes cacos equivale a uma economia de 1,2 toneladas de matérias-primas
• 0% de cacos reduz em 5% a emissão de CO2

A Associação explica que os vidros provenientes de embalagens devem ser reciclados separadamente de outros objetos de vidro, pois é necessário que este material passe por um processo de lavagem para remover possíveis resíduos antes de ser reutilizado.
A receita do vidro
Confira como as embalagens em vidro, em especial as garrafas, são produzidas:
1º - Matéria-prima
Cada matéria-prima é armazenada em silos, que alimentarão as balanças. As balanças terão a finalidade de dosar adequadamente a quantidade das matérias-prima, conforme o tipo de vidro que será fabricado.
- Mistura
Após a seleção e pesagem, as matérias-primas são conduzidas para o misturador para homogeneizar a mistura, formando o que se denomina composição ou mistura vitrificável.

3º - Fusão
O local onde a composição é transformada em vidro fundido é chamado de forno de fusão, ou simplesmente forno.

Os fornos utilizados são todos contínuos, constituídos de uma grande piscina de vidro viscoso, sendo alimentados continuamente em um lado pela composição que, por efeito do calor, irá se fundir.

No lado oposto, o vidro já elaborado é conduzido às máquinas de conformação. Para manter a “piscina” aquecida e se fundir à composição nova, queima-se óleo ou gás sobre a composição.
- Conformação
Nesta fase o vidro ganha formato. Existem inúmeras formas de realizá-la, dependendo do produto e quantidade que se pretende fabricar.

Uma garrafa pode ser feita através da técnica de sopro (utilizando-se uma cana de sopro) ou automaticamente, por meio de máquinas. À medida em que o vidro fundido vai esfriando, torna-se cada vez mais consistente e ganha a forma desejada.
5º - Têmpera
Este processo consiste no aquecimento e esfriamento rápido que torna o vidro mecanicamente mais resistente, menos sujeito a lascar durante o uso. Após esta etapa, o produto já está pronto, devendo apenas ser esfriado, passado pelos controles de qualidade, embalado e vendido.
6º - Finalização
Indenpendente da composição e do processo utilizado, a peça de vidro, depois de conformada, deve ser recozida, isto é, deve ser esfriada lentamente até a temperatura ambiente. Desta forma, serão aliviadas as tensões que normalmente surgem durante a conformação e que, de outra forma, quebrariam ou fragilizariam a peça. A partir daí, o vidro está pronto para ser inspecionado, embalado ou transformado (com decorações na embalagem, por exemplo).

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